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788
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knit: "bookdown::render_book"
---
# Visualização com ggplot2 (continuação) {#viz2}
::: {.rmdtip latex=1}
Busque mais informações sobre os pacotes `tidyverse` e `ggplot2` [nas referências recomendadas](#refrec).
:::
## Vídeo 1
```{r echo=FALSE, results='asis', out.extra=center()}
embed_yt('TjgLDeIQHIc')
```
## *Boxplots*
### Conjunto de dados
* Vamos continuar a trabalhar com os dados sobre as horas de sono de alguns mamíferos:
```{r}
sono <- msleep %>%
select(name, vore, order, sleep_total)
sono
```
### Mediana e quartis { #mediana }
* Para entender *boxplots*, precisamos, antes, entender algumas medidas.
* Se tomarmos as quantidades de horas de sono de todos os animais do conjunto de dados e [classificarmos estas quantidades em ordem crescente]{.hl}, vamos ter:
```{r}
horas <- sono %>%
pull(sleep_total) %>%
sort()
horas
```
* Quantos valores são?
```{r}
length(horas)
```
* O valor que está [bem no meio desta fila]{.hl} --- i.e., na posição $`r ceiling(length(horas) / 2)`$ --- é a [mediana]{.hl}:
```{r}
horas[ceiling(length(horas) / 2)]
```
* Em R:
```{r}
median(horas)
```
::: {.rmdcaution latex=1}
Mediana e média são coisas muito diferentes.
Por acaso, neste exemplo, a média das horas é próxima da mediana:
```{r}
mean(horas)
```
Isto costuma acontecer quando a distribuição dos dados é aproximadamente simétrica.
:::
* Os [quartis]{.hl} são os valores que estão nas posições $\frac14$, $\frac12$ e $\frac34$ da fila. São o [primeiro, segundo e terceiro quartis]{.hl}, respectivamente.
```{r}
horas[
c(
ceiling(length(horas) / 4),
ceiling(length(horas) / 2),
ceiling(3 * length(horas) / 4)
)
]
```
* [Sim, a mediana é o segundo quartil.]{.hl}
* Em R, a [função `quantile`]{.hl} generaliza esta idéia: dado um número $q$ entre $0$ e $1$, [o quantil (com "N") $q$ é o elemento que está na posição que corresponde à fração $q$ da fila ordenada.]{.hl}
```{r}
horas %>% quantile(c(.25, .5, .75))
```
* Na verdade, R tem $9$ algoritmos diferentes para calcular os quantis de uma amostra! Leia a ajuda da função `quantile` para conhecê-los.
* As diferenças entre nossos cálculos "à mão" e os resultados retornados por `quantile` são porque, em algumas situações, `quantile` calcula uma média ponderada entre elementos vizinhos. Por isso, `quantile` pode retornar valores que nem estão no vetor.
* Em R, a [função `summary`]{.hl} mostra o [mínimo]{.hl}, os [quartis (com "R")]{.hl}, a [média]{.hl}, e o [máximo]{.hl} de um vetor:
```{r}
summary(horas)
```
### Média $\times$ mediana
* Vamos ver um exemplo simples para entender a diferença entre a média e a mediana.
* Imagine o seguinte vetor com as receitas mensais de algumas pessoas (em milhares de reais:)
```{r}
receitas <- c(1, 2, 2, 3.5, 1, 4, 1)
```
* Eis a mediana e a média deste vetor:
```{r}
summary(receitas)[c('Median', 'Mean')]
```
* A mediana e a média são bem próximas.
* Imagine, agora, que adicionamos ao vetor um sujeito com receita mensal de $100$ mil reais:
```{r}
receitas <- c(1, 2, 2, 3.5, 1, 4, 1, 100)
```
* Eis a nova mediana e a nova média:
```{r}
summary(receitas)[c('Median', 'Mean')]
```
* O sujeito com a receita de $`r median(receitas)`$ mil reais continua no meio da fila, mas a média (que é a soma de todas as receitas, dividida pelo número de indivíduos) ficou muito diferente.
* A receita do novo sujeito é um [valor discrepante]{.hl}, ou, em inglês, um [*outlier*]{.hl}.
::: {.rmdimportant latex=1}
**Conclusão:**
A [mediana é robusta]{.hl}, pouco afetada por *outliers*.
A [média é pouco robusta]{.hl}, muito sensível a *outliers*.
:::
### Intervalo interquartil (IQR) e *outliers*
* Qual fração dos elementos está [entre o primeiro e o terceiro quartis?]{.hl}
```{r}
length(
horas[between(horas, quantile(horas, .25), quantile(horas, .75))]
) /
length(
horas
)
```
* [Metade]{.hl} do total de elementos está entre o primeiro e o terceiro quartis.
* Este é o chamado [intervalo interquartil]{.hl} (*interquartile range*, em inglês).
* No nosso vetor `horas`, os [limites do IQR]{.hl} são
```{r}
quantile(horas, c(.25, .75))
```
* O [comprimento]{.hl} deste intervalo é calculado pela função `IQR`:
```{r}
IQR(horas)
```
* Valores [muito abaixo do primeiro quartil]{.hl} podem ser considerados discrepantes (*outliers*), mas quão abaixo?
* A resposta (puramente convencional) é [$1{,}5 \times \text{IQR}$ abaixo do primeiro quartil.]{.hl}
* No nosso vetor `horas`, isto significa valores abaixo de
```{r}
limite_inferior <- quantile(horas, .25) - 1.5 * IQR(horas)
unname(limite_inferior)
```
* Neste caso, não há *outliers*:
```{r}
horas[horas < limite_inferior]
```
* Da mesma forma, valores [muito acima do terceiro quartil]{.hl} podem ser considerados discrepantes (*outliers*), mas quão acima?
* De novo, a resposta (puramente convencional) é [$1{,}5 \times \text{IQR}$ acima do terceiro quartil.]{.hl}
* No nosso vetor `horas`, isto significa valores acima de
```{r}
limite_superior <- quantile(horas, .75) + 1.5 * IQR(horas)
unname(limite_superior)
```
* Neste caso, também não há *outliers*:
```{r}
horas[horas > limite_superior]
```
* Outro exemplo: vamos tomar apenas os mamíferos onívoros:
```{r}
onivoros <- sono %>%
filter(vore == 'omni')
onivoros
```
* Vamos extrair o vetor de horas de sono:
```{r}
horas <- onivoros %>%
pull(sleep_total)
horas
```
* Vamos calcular o primeiro e terceiro quartis:
```{r}
quartis <- horas %>%
quantile(c(.25, .75))
quartis
```
* Vamos achar o IQR:
```{r}
IQR(horas)
```
* E os limites a partir dos quais os valores são *outliers*:
```{r}
limites <- quartis + c(-1, 1) * 1.5 * IQR(horas)
unname(limites)
```
* Existem *outliers* inferiores?
```{r}
onivoros %>%
filter(sleep_total < limites[1])
```
Não.
* Existem *outliers* superiores?
```{r}
onivoros %>%
filter(sleep_total > limites[2])
```
Sim! Estes animais dormem demais em comparação com os outros onívoros.
### Gerando boxplots
* [Um *boxplot* é uma representação visual dos valores que calculamos acima.]{.hl}
* No `ggplot2`, [a geometria `geom_boxplot` constrói *boxplots*:]{.hl}
```{r}
sono %>%
ggplot(aes(y = sleep_total)) +
geom_boxplot(fill = 'gray') +
scale_x_continuous(breaks = NULL) +
scale_y_continuous(breaks = seq(0, 20, 2))
```
* A [caixa]{.hl} vai do valor do [primeiro quartil]{.hl} (embaixo) até o [terceiro quartil]{.hl} (em cima).
* A [linha horizontal dentro da caixa]{.hl} representa o valor da [mediana]{.hl}.
* As [linhas verticais]{.hl} acima e abaixo da caixa (pitorescamente chamadas de "bigodes") vão até o [limite inferior]{.hl} (primeiro quartil ${}- 1{,}5 \times \text{IQR}$) e até o [limite superior]{.hl} (terceiro quartil ${}+ 1{,}5 \times \text{IQR}$).
* Neste *boxplot*, não há *outliers*.
* []{#onivoros} Podemos usar a posição $x$ para desenhar vários *boxplots*, um para cada dieta:
```{r}
sono %>%
ggplot(aes(x = vore, y = sleep_total)) +
geom_boxplot(fill = 'gray') +
scale_y_continuous(breaks = seq(0, 20, 2))
```
* No *boxplot* de onívoros, [os *outliers* aparecem como pontos isolados,]{.hl} acima da caixa, além dos alcances do bigode superior (aliás, onde está bigode superior?).
* *Boxplots* lado a lado são úteis para compararmos grupos diferentes de dados.
* Veja como, com exceção dos insetívoros, as medianas dos grupos são parecidas.
* Veja como carnívoros, insetívoros e herbívoros apresentam maior variação, enquanto onívoros e animais sem dieta registrada apresentam menor variação.
* Vamos combinar, em um só gráfico
* Os pontos representando os animais,
* Os *boxplots*,
* As médias (que podem estar próximas ou distantes das medianas).
```{r}
sono %>%
ggplot(aes(x = vore, y = sleep_total)) +
geom_boxplot(fill = 'gray') +
scale_y_continuous(breaks = seq(0, 20, 2)) +
geom_point(
color = 'blue',
alpha = .3
) +
stat_summary(
fun = mean,
geom = 'point',
color = 'red',
shape = 'cross',
size = 5,
stroke = 1
) +
labs(
title = 'Sono total de diversos mamíferos, por dieta',
subtitle = '(o X vermelho representa a média)',
x = 'dieta',
y = 'sono total\n(em horas)'
)
```
* [Quando a caixa é longa,]{.hl} o IQR é grande, e [os valores estão muito espalhados;]{.hl} é o caso dos herbívoros e insetívoros.
* [Quando a caixa é curta,]{.hl} o IQR é pequeno, e [os valores estão pouco espalhados]{.hl}; é o caso dos onívoros. Como o IQR é pequeno, os $4$ mamíferos com mais de $14$ horas de sono são *outliers*.
* Observe, ainda, como os *outliers* "puxam" a média dos onívoros para cima.
## Vídeo 2
```{r echo=FALSE, results='asis', out.extra=center()}
embed_yt('QqnOvgBXJ-s')
```
## Gráficos de barras e de colunas
### Conjunto de dados
* O R tem um *array* de $3$ dimensões com dados sobre as cores dos cabelos e dos olhos de $592$ alunos e alunas de uma universidade americana em $1974$.
* Se pedirmos para o R exibir os dados, veremos [duas matrizes]{.hl}, uma para cada sexo:
```{r}
HairEyeColor
```
* Vamos transformar este *array* em um *data frame*.
* O *array* contém apenas os totais de cada classe. Vamos usar a função `uncount` para gerar uma linha para cada aluno:
```{r}
df_orig <- as.data.frame(HairEyeColor) %>%
uncount(Freq) %>%
as_tibble()
df_orig
```
* O `ggplot2` e os outros pacotes do `tidyverse` foram projetados para trabalhar com *data frames* neste formato, [com uma observação (um indivíduo, um elemento) por linha.]{.hl} É o chamado [formato *tidy*.]{.hl}
* Usando vetores com elementos nomeados, podemos traduzir o conteúdo do *data frame* para português:
```{r}
cabelo <- c(
'Brown' = 'castanhos',
'Blond' = 'louros',
'Black' = 'pretos',
'Red' = 'ruivos'
)
olhos <- c(
'Brown' = 'castanhos',
'Blue' = 'azuis',
'Hazel' = 'avelã',
'Green' = 'verdes'
)
sexo <- c(
'Male' = 'homem',
'Female' = 'mulher'
)
df <- df_orig %>%
transmute(
cabelos = cabelo[Hair],
olhos = olhos[Eye],
sexo = sexo[Sex]
)
```
* Um sumário:
```{r results='asis', message=FALSE}
df %>% dfSummary() %>% print()
```
### Gerando gráficos de barras
* Um [gráfico de barras]{.hl} contém uma barra para cada valor de uma [variável categórica.]{.hl}
* [Usamos `geom_bar` para gerar um gráfico de barras]{.hl} de cores de cabelo:
```{r}
df %>%
ggplot(aes(x = cabelos)) +
geom_bar() +
labs(y = NULL)
```
::: {.rmdimportant latex=1}
**Gráfico de barras $\times$ histograma:**
* [Os dois tipos de gráficos mostram a frequência]{.hl} (quantidade de elementos) [no eixo vertical]{.hl}.
* No [gráfico de barras]{.hl}:
* A variável é [categórica]{.hl} (nominal).
* [Cada barra]{.hl} corresponde a [um valor]{.hl} da variável.
* [As barras não se tocam]{.hl}, enfatizando o fato de que a variável é categórica.
* No [histograma]{.hl} ([veja o exemplo](#histograma1)):
* A variável é [quantitativa]{.hl} (intervalar ou racional).
* [Cada barra]{.hl} corresponde a [uma classe de valores]{.hl} da variável.
* [As barras se tocam]{.hl}, para enfatizar que as classes são contíguas.
:::
* Um gráfico de barras é mais legível quando as barras são mostradas em ordem crescente ou decrescente.
* Embora os valores da variável `cabelos` sejam *strings*, podemos aplicar a eles funções que manipulam fatores.
* A [função `fct_infreq`]{.hl}, do pacote `forcats`, ordena os valores em [ordem decrescente de frequência]{.hl}.
* A [função `fct_rev`]{.hl}, também do pacote `forcats`, [inverte a ordenação.]{.hl}
```{r}
df %>%
ggplot(aes(x = fct_rev(fct_infreq(cabelos)))) +
geom_bar() +
labs(
x = 'cabelos',
y = NULL
)
```
* A posição $x$ e a altura de cada barra são estéticas: [a posição $x$ representa a cor dos cabelos]{.hl}, e [a altura representa a frequência daquela cor]{.hl}.
* Vamos acrescentar mais uma estética: [a cor de preenchimento vai representar o sexo]{.hl}.
```{r}
df %>%
ggplot(aes(x = fct_rev(fct_infreq(cabelos)), fill = sexo)) +
geom_bar() +
labs(
x = 'cabelos',
y = NULL
)
```
* Se a cor dos homens incomoda você, altere a escala que especifica o preenchimento (`scale_fill_discrete`):
```{r}
df %>%
ggplot(aes(x = fct_rev(fct_infreq(cabelos)), fill = sexo)) +
geom_bar() +
scale_fill_discrete(type = c('blue', 'red')) +
labs(
x = 'cabelos',
y = NULL
)
```
* [Podemos fazer um gráfico de barras horizontais com `coord_flip`.]{.hl} Isto geralmente é útil quando os rótulos das barras são longos:
```{r}
df %>%
ggplot(aes(x = fct_rev(fct_infreq(cabelos)), fill = sexo)) +
geom_bar() +
scale_fill_discrete(type = c('blue', 'red')) +
labs(
x = 'cabelos',
y = NULL
) +
coord_flip()
```
* Você consegue dizer se há mais homens ou mulheres com cabelos pretos? E castanhos? E ruivos?
* Se posicionarmos as barras lado a lado, fica mais fácil responder.
* Usamos o argumento `position = 'dodge'` de `geom_bar`. "*Dodge*" significa "esquivar-se", em inglês.
```{r}
df %>%
ggplot(aes(x = fct_rev(fct_infreq(cabelos)), fill = sexo)) +
geom_bar(position = 'dodge') +
labs(
x = 'cabelos',
y = NULL
) +
scale_fill_discrete(type = c('blue', 'red'))
```
* Agora vamos examinar a relação entre as cores dos olhos e as cores dos cabelos:
```{r}
df %>%
ggplot(aes(x = fct_rev(fct_infreq(cabelos)), fill = olhos)) +
geom_bar() +
scale_fill_discrete(
type = c('#908050', 'blue', 'brown', 'green')
) +
labs(
x = 'cabelos',
y = NULL
)
```
* Ou, com barras lado a lado:
```{r}
df %>%
ggplot(aes(x = fct_rev(fct_infreq(cabelos)), fill = olhos)) +
geom_bar(position = 'dodge') +
scale_fill_discrete(
type = c('#908050', 'blue', 'brown', 'green')
) +
labs(
x = 'cabelos',
y = NULL
)
```
* Observações e perguntas:
1. Há mais pessoas louras de olhos castanhos do que louras de olhos azuis. O esperado não seria mais pessoas louras de olhos azuis? Pessoas louras de olhos castanhos pintaram os cabelos?
1. Há muito mais ruivos de olhos azuis do que ruivos de olhos verdes. Não deveria ser o contrário? Também são pessoas que pintaram os cabelos de ruivo? Ou houve erro no registro das cores dos olhos?
* Para incluir o sexo, podemos [facetar]{.hl} o gráfico. Usando `facet_wrap`[^til], geramos dois subgráficos lado a lado:
```{r}
df %>%
ggplot(aes(x = fct_rev(fct_infreq(cabelos)), fill = olhos)) +
geom_bar(position = 'dodge') +
scale_fill_discrete(type = c('#908050', 'blue', 'brown', 'green')) +
facet_wrap(~sexo) +
labs(
title = 'Cores de cabelos e olhos por sexo',
y = NULL,
x = 'cabelos'
)
```
[^til]: O nome da variável segundo a qual facetar deve aparecer depois de um `~`.
* Se a quantidade grande de pessoas louras de olhos castanhos (em comparação com pessoas louras de olhos azuis) for por causa da pintura de cabelos, então o gráfico acima mostra que as mulheres pintam os cabelos de louro com mais frequência do que os homens.
* Quando facetamos por cor de cabelos, também podemos observar as mesmas diferenças entre homens e mulheres:
```{r}
df %>%
ggplot(aes(x = sexo, fill = fct_infreq(olhos))) +
geom_bar(position = 'dodge') +
facet_wrap(~cabelos, labeller = label_both) +
scale_fill_discrete(type = c('brown', 'blue', '#908050', 'green')) +
labs(
x = NULL,
y = NULL,
fill = 'olhos',
title = 'Cor dos olhos e sexo por cor dos cabelos'
)
```
### *Data frame* já contendo os totais
* Você percebeu que [`geom_bar` analisa o *data frame* e calcula as frequências]{.hl} necessárias para construir o gráfico.
* Em algumas situações, [o *data frame* já contém as frequências]{.hl} (em vez de conter uma linha por indivíduo).
* Vamos usar `count` para criar um *data frame* assim:
```{r}
df_tot <- df %>%
count(sexo, cabelos, olhos)
df_tot
```
* Para $4$ cores de cabelo, $4$ cores de olhos, e $2$ sexos, são $32$ combinações possíveis.
* Com este *data frame*, podemos gerar todos os gráficos anteriores usando [`geom_col` no lugar de `geom_bar`]{.hl}. Por exemplo:
```{r}
df_tot %>%
ggplot(aes(x = cabelos, y = n)) +
geom_col() +
labs(
y = NULL
)
```
* Com `geom_col`, [precisamos passar a estética $y$]{.hl} (no nosso exemplo, a variável `n`, que contém as frequências).
* Para ordenar as barras, usamos a função `fct_reorder`, que ordena os níveis de um fator (`cabelos`) de acordo com o resultado de uma função (`sum`) aplicada sobre os valores de outra variável (`n`):
```{r}
df_tot %>%
ggplot(aes(x = fct_reorder(cabelos, n, sum), y = n)) +
geom_col() +
labs(
x = 'cabelos',
y = NULL
)
```
## Gráficos de linha e séries temporais
### Conjunto de dados
* O R tem uma matriz com as quantidades de telefones em várias regiões do mundo ao longo de vários anos:
```{r}
WorldPhones
```
* Os números representam milhares.
* [Os números dos anos são os nomes das linhas da matriz.]{.hl}
* Vamos transformar esta matriz em uma *tibble*:
```{r}
fones <- WorldPhones %>%
as_tibble(rownames = 'Ano') %>%
mutate(Ano = as.numeric(Ano))
fones
```
* Esta *tibble* [não está no formato *tidy*]{.hl}. Queremos que cada linha corresponda a uma observação, contendo
* Ano,
* Região,
* Quantidade de telefones.
* Usamos a função `pivot_longer` para mudar o formato da *tibble*:
```{r}
fones_long <- fones %>%
pivot_longer(
cols = -Ano,
names_to = 'Região',
values_to = 'n'
)
fones_long
```
* Confira: antes, tínhamos $7$ anos, com $7$ quantidades por ano, uma quantidade por região. Eram $49$ quantidades. Agora temos uma *tibble* de $49$ linhas.
### Gerando gráficos de linha
* [A geometria `geom_line` gera gráficos de linha.]{.hl} Perceba como geramos uma linha por região:
```{r}
fones_long %>%
ggplot(aes(x = Ano, y = n, color = Região)) +
geom_line() +
scale_x_continuous(breaks = 1951:1961)
```
* Embora a legenda associe uma cor a cada região, [a leitura seria mais fácil se a ordem das regiões na legenda coincidisse com a posição das linhas na borda direita da grade]{.hl}:
```{r}
fones_long %>%
ggplot(
aes(
x = Ano,
y = n,
color = fct_rev(fct_reorder(Região, n, max))
)
) +
geom_line() +
scale_x_continuous(breaks = 1951:1961) +
labs(
color = 'Região',
y = '',
x = NULL,
title = 'Quantidade de aparelhos de telefone por ano, por região'
)
```
* Parece que está faltando uma linha, mas o que acontece é que as quantidades da América do Sul e da Oceania são bem parecidas:
```{r}
fones_long %>%
filter(Região %in% c('S.Amer', 'Oceania')) %>%
ggplot(
aes(
x = Ano,
y = n,
color = fct_rev(fct_reorder(Região, n, max))
)
) +
geom_line() +
scale_x_continuous(breaks = 1951:1961) +
labs(y = NULL, color = 'Região')
```
* Estamos tratando estes dados como simples números, mas, na verdade, [este conjunto de dados é uma série temporal (*time series*)]{.hl}.
* R tem todo um conjunto de funções para tratar séries temporais, calcular tendências, achar padrões cíclicos, fazer estimativas, e gerar gráficos específicos, entre outras coisas.
* Mas não vamos falar mais sobre séries temporais aqui.
* O [pacote `tsibble`]{.hl} oferece maneiras de trabalhar com séries temporais de maneira *tidy*. Você pode ler a documentação do pacote entrando
```{r eval=FALSE}
library(tsibble)
?`tsibble-package`
```
## Exercícios
### O bigode dos onívoros
* Examine o *data frame* `sono` para descobrir o que houve com o bigode superior do *boxplot* dos onívoros [neste gráfico](#onivoros).
### Usando `geom_col`
* Use `geom_col` para reproduzir, a partir do *data frame* `df_tot`, todos os gráficos que foram gerados com `geom_bar` na seção [Gerando gráficos de barras](#gerando-gr%C3%A1ficos-de-barras).
## Referências sobre visualização e R
::: {.rmdtip latex=1}
Busque mais informações sobre os pacotes `tidyverse` e `ggplot2` [nas referências recomendadas](#refrec).
:::